segunda-feira, 19 de abril de 2010
Educandos e Educadores
Apresentação
A disciplina EEPP III(Escola Espaço Político e Pedagógico) no curso de pedagogia na instituição de ensino UERJ - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, traz um de conjunto de assuntos novos onde abordaremos de uma forma crítica alguns aspectos sobre o currículo e sua organização, priorizando os seguintes eixos organizadores: Currículo e desenvolvimento humano, Educandos e Educadores: seus direitos e o Currículo; Currículo; Conhecimento e Cultura; Diversidade e Currículo em fim Currículo e avaliação.
Alguns textos serão abordados com essas indagações sobre o currículo e questionamentos pelos profissionais educacionais quanto à construção ou estruturação dos currículos respeitando e adequando as proposta curriculares para cada localidade e tempo de desenvolvimento humano. A autora Elvira de Souza no texto currículo e desenvolvimento humano ,aborda questões como função simbólica,capacidade imaginativa da espécie humana e memória como também discute o currículo e a aquisição do conhecimento ,capacidade do ser humano construir e ampliar progressivamente de conceitos.Miguel Arroyo em “Educandos e Educadores: seus direitos e o currículo” ,fala sobre o currículo e os sujeitos da ação educativa, os educandos e os educadores ressaltando a importância do trabalho coletivo dos profissionais da educação para a construção de parâmetros de sua ação profissional.
O currículo não pode ser pensado apenas como rol de conteúdos a serem transmitidos para o sujeito, se levam em consideração as atitudes, habilidades mentais. No texto da Elvira de Souza trata do currículo organizado a fim de atender esses requisitos citados acima. Como afirma o autor Bruner, 1969p. 89 “Um currículo reflete não só a natureza do conhecimento em si mesmo,como também a natureza do conhecedor e do processo de aquisição de conhecimento.”Instruir alguém não é leva –lo a armazenar resultados na mente e sim ensina-lo a participar do processo que torna possível a obtenção de conhecimento ensinado.O aluno não é uma maquina cibernética onde armazena e codifica todas as informações.Pois cada aluno tem seu tempo de aprendizagem ,quando o autor trata das desigualdades de capacidade de aprender,mostra essa naturalização em que os professores fazem com alunos com pouca ou nenhuma condição socioeconômico tendemos a classifica – los como fracasso no processo ensino aprendizagem.
É de suma importância que as escolas juntamente com os educadores e a área administrativa elaborem o seu currículo de maneira flexível e adequado com a realidade concreta em que se encontra a escola e o componente principal da escola o aluno.
2° versão corrigido
EDUCANDOS E EDUCADORES:
SEUS DIREITOS E O CURRÌCULO
O texto “Educandos E Educadores...” de Miguel Arroyo, reflete sobre as indagações e novas propostas do currículo escolar. Ele logo começa a expor no texto as questões dos educadores (as) com uma nova identidade profissional que leva a ter uma postura crítica do seu trabalho. Esses mesmos profissionais começam a questionar a forma de currículo que às vezes são impostos em algumas redes de ensino.
A partir daí começa aparecer outros questionamentos na estruturação e organização curricular, fatores que compõem o currículo, tais como: questões culturais, identidade, desenvolvimento humano, de gênero, de etnia e outros. Sendo o currículo o “personagem” principal dos debates nos centros acadêmicos, teorias pedagógicas, formação docente e pedagógica. Questionamentos estes que nos educadores temos em relação à forma que o currículo está sendo estruturado caracterizado por uma cultura dominante (européia), ou seja, com resma da cultura colonialista, não adequando as atividades a outras raças, pois nosso país é fruto da miscigenação e dentro de sala trabalhamos com essa diversidade de educandos. Só se começa a repensar e incluir a cultura africana nos currículos a partir da obrigatoriedade da Lei Federal 10.639/2003 onde determina que as escolas das redes públicas a ensinarem a história africana e do afro-descendentes.Considero isso ainda um grande desafio nas escolas,pois a forma que é trabalhado nas escolas não supre as necessidades dos descendentes africanos e muitos menos o restante dos alunos não descendentes dos negros. Na época em que estudava na educação básica esse tema só era mencionado na semana em que tratava da abolição da escravatura e o dia da consciência negra. Então a escola se movia e realizava palestras exibiam filmes e montavam peça teatral, mais o que me chamava mais atenção só quem assistia essas apresentações, a maioria eram negros, mulatos e pardos, a minoria que assistiam eram os alunos brancos do colégio.
Voltando a questão do texto o autor faz apontamentos de alguns núcleos de indagações:
O primeiro trata da identidade profissional em que o trabalho docente, a carga horária, as hierarquias como também o currículo, condiciona o trabalho do professor; E que o professor tem consciência da organização escolar, dos tempos e espaço de trabalho como também seu ordenamento e intensidade. Ele faz esse questionamento do currículo condicionar seus trabalhos, realmente isso ocorre quando o currículo vem ordenado em disciplina e o tempo em que às disciplinas estão organizados, numa grade escolar afeta o trabalho do docente aonde muita das vezes o profissional chega a sala com o tempo reduzido para administrar sua aula, o professor tem dar o conteúdo, corrigir os trabalhos de casa, fazer chamada e isso tendo que administrar duas ou mais disciplinas no mesmo dia. O educador só tem tempo de jogar o conteúdo e o processo de ensino aprendizagem do aluno fica comprometido. O currículo tem esse domínio de poder de induzir a um trabalho de emancipação ou de alienação cabe questionarmos nossa identidade profissional, se estamos sendo profissionais de forma crítica ou emancipadora ou sendo objeto de alienação.
* O segundo relata a sensibilidade do docente para o trabalho e sua relação com a organização curricular. Muitas das vezes, o sistema da escola é rígido, disciplinado, normatizado e segmentado com isso, o trabalho docente fica comprometido. Alguns profissionais ficam presos à determinada estrutura curricular, onde a administração escolar impõe uma ordenação ou segmento dos conteúdos estabelecidos na grade curricular. Esse condicionamento do trabalho do mestre vem delimitando o seu comprometimento com os educandos, pois o seu trabalho muita das vezes é monitorado pela coordenação da escola. A uma cobrança muito grande de cumprir o cronograma curricular, dar sequência aos conteúdos propostos nos livros adotados pela escola, ou seja, cumprir os prazos. Esse tipo de currículo que engessa o trabalho docente é muito utilizado nas escolas particulares.
* O terceiro ponto retrata os docentes, fiéis à nova consciência profissional. Reivindicam horários de estudos, planejamento, tempos de atividades programadas e tempos coletivos. O autor da ênfase também no texto sobre o trabalho docente em equipe, como diz o ditado popular “duas cabeças pensando juntas e melhor do que uma só.” Esse trabalho coletivo entre os educadores nas questões pedagógicas e proposta curricular e de grande importância, pois quando dizemos que a união faz a força, é verdade sem dúvida deveria ter essa preocupação de unir forças para rever conceitos que possam ser reajustados e aprimorados para uma melhor eficácia do trabalho educacional. Reivindicando melhores condições para realização do seu trabalho a fim de promover a criticidade do aluno e de si mesmo. Um fato marcante na época em que trabalhei em uma escola particular ,dando aula de informática para 1ª a 4ª série atualmente 1º ao 5º ano do ciclo, não tinha união entre os educadores em propor situações que fosse ajudar na preparação do plano de curso,pois elas estavam mais preocupadas em manter seu emprego ,então sempre inventavam situações para pedagoga da escola para que esse profissional não permanecesse na escola e muita das vezes era ótimos profissionais.
* E o quarto trata sobre os educandos que tem sensibilidade sobre si mesmo e sua identidade. O autor também se posiciona no texto que o currículo tem que ser forma flexível, pois pode ser mudado de acordo com as necessidades dos alunos. Mas para que haja essa interação é preciso conhecer o aluno no seu cotidiano, pois não adianta planejar um trabalho ou um projeto na qual não irá despertar interesse como também não condiz com sua realidade e até mesmo com fatos ocorridos na sociedade atualmente.
Os educadores nos obrigam a rever os currículos
Os alunos nunca foram esquecidos nas propostas curriculares o grande questionamento em questão é com que olhar foram estão sendo vistos atualmente pelos educadores?Dependendo do jeito que é feito o ordenamento curricular de uma forma hierarquizada, onde esperamos que os alunos, seja um modelo de perfeição, que ao ensinarmos assimilem todo o conteúdo, todos tirem notas boas, sem reivindicações e curiosidades do âmbito de conhecimentos informais e formais, pois é necessário e útil para a aprendizagem do aluno. Como também é importante conhecer e vivenciar o aluno no seu contexto e se apropriar de situações do cotidiano do aluno, trabalhando a questão de gêneros, etnias e outros fatores culturais a partir das próprias indagações do aluno, sua origem e de sua família explorar e valorizar as diversidades culturais de cada aluno e como se deu essa miscigenação no Brasil.
Empregáveis, mercadorias para o emprego?
O currículo sempre foi voltado para preparar o aluno para o mercado de trabalho e até hoje é reproduzido dessa forma e reforçado, abrindo espaços para as escolas politécnicas e cursos profissionalizantes. Como nos vemos na LDB 5692/71 que a firma esse objetivo em que a escola tem a obrigação de direcionar seus conteúdos para atingir as necessidades e exigências dos mercados de trabalho. Com isso os educadores ficam presos a essas exigências, então eles destacam três conseqüências para repensarmos na organização dos currículos:
* Os educadores sente esta perdendo sua autonomia, pois ficam a disposição das habilidades que o mercado exige aos novos e futuros trabalhadores.
* O currículo e o ensino a uma sequenciação de domínios de competências a uma concepção pragmatista, utilitarista, cientificista e positivista, dessa forma os currículos estão sendo estruturados de forma que os conteúdos são utilizados ao meu favor quanto professor, ele não está preocupado se o aluno esta aprendendo ou não e sim o processo de decoreba do determinado conteúdo.
*E por fim e pensar no currículo baseado simplesmente para formar o aluno para mercado de trabalho, vê os alunos como mero produto para área mercantil.
Desiguais nas capacidades de aprender?
Outra questão determinante da docência é catalogar a capacidade cognitiva dos alunos.A escola não consegue ver os educandos como iguais perante os saberes, a exclusão desses alunos de precária condições socioeconômicos atribuindo sua incapacidade de aprendizado.Estamos a costumados a naturalização do fracasso entre essas criança com pouca ou nenhuma econômica principalmente quando esses alunos moram em comunidades carentes ,onde sua imagem é marginalizada pelos professores; “Há não aprende por que, já está condenado a seguir o mundo crime .”Ora só porque o aluno mora na periferia onde há concentração do tráfico e a violência é campeão em audiência não significa que eles não tem o direito e muito menos incapazes de aprender,talvez assimilem com um pouco de dificuldade ou num período mais lento tenho certeza que vão alcançar o alvo só precisam ter direitos e ser tratados igualmente como os outros alunos.
Repensando velhas crenças
A forma rígida em que o currículo é estruturado como um sagrado símbolo de qualidade, da educação negamos em seu nome o direito à educação e ao conhecimento mais de32 milhões de pessoas que não concluíram a educação básica estão voltando a escola para concluírem. Esse curso para jovens e adultos é oferecido pelo EJA. Muitos desses jovens e adultos retornam a escola para qualificar se e voltar ao mercado de trabalho. O autor relata em respeitar o tempo de faixa etária, ou seja, os métodos e recursos didáticos não será o mesmo, o que for ensinado na educação infantil no seu determinado tempo ou faixa etária não poderá ser utilizado na fase adulta, pois interesses são completamente distintos.
Novas sensibilidades sobre os processos de aprender
Nessa nova perspectiva, os alunos deixam de ser vistos apenas como atentos ou desatentos aos conteúdos condensados nos currículos,passam a ser vistos como sujeitos em complexo processo de aquisição de saberes,conhecimento,valores,culturas dos instrumentos e das técnicas .E como sujeitos, temos direitos humanos básicos: Direito à vida,à sobrevivência,à proteção,ao cuidado da infância e adolescência e, principalmente, à educação.Para isto os currículos devem ser repensados respeitando – os como sujeitos.
Os: sujeitos do direito à formação plena
A nova LDB n° 9394/96 recupera a perspectiva em que a educação tem como objetivo: de formar e desenvolver o homem por completo desvinculando a ideia da antiga lei 5692/71 que visava formar o indivíduo unicamente para o mercado do trabalho. Retomando e reconhecendo o aluno como sujeito, direito à formação plena, obriga – se rever dimensões da docência e dos currículos. O currículo deve ser repensado para não ignoramos o desenvolvimento humano e os seus direitos, levando a esses alunos compreender as dimensões éticas, culturais, estéticas, corpóreas, identitárias, a diversidade de gênero, raça, etnia, a autonomia intelectual e moral....questões culturais que fazem parte do currículo desde a Lei Federal 10639/2003,que institui a obrigatoriedade do estudo da história da cultura africana nas escolas
Realmente é de muita importância apresentar trabalhos que explore e valoriza a língua, a cultura e a diversidade cultural de países que contribuíram para na formação da cultura brasileira. A LDB no seu 2° art.no parágrafo III, fala do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas na qual devemos incorporar e enriquecer os currículos e suas dimensões dessa pluralidade e atentarmos para o tempo, espaço em que desenvolvemos o processo de formação humana. Esse processo educativo é composto em toda parte , o primeiro local direcionado pela LDB com conhecimento informal é na família e em todo lugar até mesmo no movimentos sociais priorizando também a socialização e obtenção de conhecimentos no espaço escolar.
Repensar os currículos respeitando as especificidades de cada tempo humano
O autor aborda cinco questões nas qual o profissional educacional vem repensando na estruturação e práticas do currículo escolar. Primeiro Como superar a lógica curricular segmentada?O currículo determina as práticas e as hierarquias nos quais os alunos devem se regulamentar e seguir, então na medida em que esse currículo vem sendo organizando os tempos, espaço e do trabalho, avaliações, aprovações e retenção numa segmentação hierarquizada certamente nem todos os educandos se enquadrará nos aspectos direcionados por um currículo tradicional. Como sujeitos éticos uma das características das temporalidades humanas que passa a ser o refenrecial dos processos de aprendizagem, formação e desenvolvimento humano. Qual a centralidade do tempo humano nos processos de ensinar, aprender, formar? Segundo ponto em questionamento, trata de reorganizar os currículos de que respeito o tempo e capacidade desse aluno quanto um ser critico e social.
O terceiro ponto fala em articular e repensar a organização dos currículos e adequando a cultura de cada território como também a idade, condição socioeconômicas e culturais de cada educando. O quarto refere – se aos direitos de serem reconhecidos e suas origens. Contudo os movimentos negros e indígenas estão se posicionando e garantindo o seu direito de suas memórias, cultura e histórias dos seus antepassados façam parte também de sua vida escolar em todos os níveis escolares. Então a partir da lei 10639/2003, torna – se obrigatório o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira nos currículos do ensino da educação básica. Em que parte do currículo dar conhecimento e direitos?O currículo deve ser estruturado para atender os direitos de conhecimento de cada sujeito ,direito a vida ,ao trabalho ,à educação,dignidade ,cultura e outros fatores que levam ao desenvolvimento do indivíduo.
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Noemi, a segunda versão demonstra avanços na sua reflexão em relação ao primeiro texto elaborado. Há evidências de maior compreensão das ideias apresentadas pelo autor e um reflexao mais profunda do assunto. Perceber estes avanços é importante para ampliarmos nossa forma de pensar.
ResponderExcluirParabéns.
Ivan